Efemérides
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
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Desvia-me
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Faz de Conta...
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Aguarela - Toquinho&Vinícius
E com cinco ou seis rectas é fácil fazer um castelo...
Com o lápis em torno da mão eu me dou uma luva...
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda chuva...
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel...
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu...
Vai voando, contornando a imensa curva...
Norte sul...
Vou com ela, viajando Havai e Pequim...
Ou Istambul...
Pinto um barco à vela branco navegando, é tanto céu e mar num beijo azul...
Entre as nuvens... Vem surgindo um lindo avião...
Rosa e grená...
Tudo em volta...
Colorindo com suas luzes...
A piscar...
Basta imaginar e ele vai partindo sereno lindo e se a gente quiser...
Ele vai pousar...
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida...
Com alguns bons Amigos viajando de bem com a vida...
De uma América à outra eu consigo passar num segundo...
Giro um simples compasso e num circulo eu faço o mundo...
Um menino caminha e caminhando chega num muro...
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está...
E o futuro...
É uma astronave que tentamos...
Pilotar...
Não tem tempo...
Nem piedade nem tem hora...
De chegar...
Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou a chorar...
Nessa estrada, não nos cabe conhecer ou ver...
O que virá...
O fim dela...
Ninguém sabe bem ao certo...
Onde vai dar...
Vamos todos numa linda passarela de uma aguarela que um dia enfim...
Descolorirá...
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Se eu pudesse levar-te comigo...
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Momentos inesquecíveis...
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Abraça-me

Somente um abraço...é tudo o que peço!
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Desorienta-me...
Rebolar na cama e no jardim...
Convido-te...a viveres comigo um poema à luz de uma trémula lamparina,
junto àquela janela, com sons de harpas e oboés!!!
Tenho à janela
Uma velha cornucópia
Cheia de alfazema
E orquideas da Etiópia
Tenho um transístor ao pé da cama
Com sons de arpas e oboés
E cantigas de outras terras
Que percorri de lés-a-lés
Tenho uama lamparina
Que trouxe das arábias
P'ra te amar à luz do azeite
Num kamassutra de noites sábias
Tenho junto ao psiché
Um grande cachimbo de água
Que, sentados no canapé
Fumamos ao cair da mágoa
Tenho um astrolábio
Que me deram beduínos
P'ra medir no firmamento
Os teus olhos astralinos
Vem, vem à minha casa
Rebolar na cama e no jardim
Acender a ignomínia
E a má língua do código pasquim
Que nos condena numa alínea
A ter sexo de querubim
Rui Veloso e Carlos Tê - algures num Bairro do Oriente...
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Toca-me
Toca-me por favor, gostava muito - acredita em mim!
Olha-me nos olhos e diz-me na íris que és incapaz de me tocar, que me resistes...é-te indiferente?
Completamente?
Não me olhes assim...
Toca-me. Toca-me a sério, toca-me à vontade...eu estou aqui!
Olha-me...não me vês?
Olha p'ra mim e toca-me.
Não digas nada...simplesmente toca-me, faz-me feliz.
Viola-me...pede-me...implora-me! Ou ignora-me...mas sem querer.
Puxa-me, esquece-me e ata-me.
Eu sei que em ti me irei perder...
Beija-me, ata-me e deseja-me.
Olha-me, suspira-me e deixa-me...tocar-te a ti.
Abraça-me, respira-me o aroma. Deixa-me em coma, ao te sentir!
Respira-me, toca-me e tira-me...algo secreto que existe em mim.
Morde-me, toca-me e arranha-me.
Sussura e finge gostares de mim; ou toca-me.
Toca-me aqui...meu coração é para ti!
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Querer
Quero-te e não te tenho!
Quero-te e não me dou...
Quero-te, não te desejo!
Quero-te e não te olho!
Quero-te e não me deixo...
Quero-te, mas não te beijo!
Quero-te e não te sonho!
Quero-te e não estás...
Quis-te e agora queres-me;
Quis-te e até me dou;
Quis-te e já te desejo:
Longe de mim...
Já não te quero,
Pois não te ama quem te amou!
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Despedidas
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Prostituis-te?
A prostituição é uma profissão conhecida por toda a sociedade: mal vista por alguns, mas que na realidade, TODOS a desempenham.
Cada vez menos existem mulheres de um homem só e vice-versa, homens de uma só mulher. É ou não é verdade?
De repente ocorre-me uma série de questões pertinentes que podem ser comentadas...:
Afinal, quem é que é filho(a) da senhora mais famosa do mundo, hã?
Quem fode mais?
Serão realmente as pessoas referentes à terminologia "Prostituta(o)" mais putas que as outras?
Que fidelidade vem a ser esta, se nem aos nossos princípios somos leais?
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Borboletas...
We've been to the top, we've been to the bottom
We've known everything and forgotten, yeah
You've kicked me around, you've wrapped me in cotton
You've carried our load and you've shot them
Oh yes the butterflies are still there (...)
We've argued by the baggage claim
We've accepted and we've laid blame
We've drank Sangthip in monsoonal rain
We've felt separate and we've felt the same
Oh yes the butterflies are still there (...)
We've shared joy and we've shared pain
We've shared guilt and we've shared shame
We've bought into teh stupid games
We've freed each offer and we laid claim
Oh yes the butterflies are still there (...)
Because we came from the same cocoon
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Egocentrismo???
Desse modo, ter em si mesmo o bastante para não precisar da sociedade já é uma grande felicidade, porque quase todo o sofrimento provém justamente da sociedade, e a tranquilidade espiritual, que, depois da saúde, constitui o elemento mais essencial da nossa felicidade, é ameaçada por ela e, portanto, não pode subsistir sem uma dose significativa de solidão.
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Invisibilidades
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Hipocondria?
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Fatalidades...
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O nada que sei de ti...
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Momentos
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Cromoterapia
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Olhares
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As palavras que nunca te direi
Carolina
Her tears are falling like the spanish moss
Disappearing
Into beauty found in beauty lost
So it goes
The summer blooms and fades away
Like moonlight falling on a bed
And there can be no solice in remembering
The words we never said
Faded postcards
Of all the places she loves best
Take her far away
As she presses wrinkles from her cotton dress
So it goes
The summer blooms and fades away
Like moonlight falling on a bed
And there can be no solice in remembering
The words we never said
So it goes
The summer blooms and fades away
Like moonlight crashing to the earth
And there can be no solice in remembering
The way things never were
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Tele-vi-Não
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Sounds of Nature
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Realidade
É cada vez mais difícil às famílias portuguesas conseguirem amealhar um pé-de-meia, por mais pequeno que ele seja. Nos últimos sete anos, a taxa de poupança caiu a pique.
O Banco de Portugal estima que em 2006, em cada 100 euros, as famílias só consigam poupar pouco mais de 9 euros - um nível que não se via desde 1999. A explicação é simples: com as baixas taxas de juro e o crédito bancário mais atractivo e barato, os portugueses aproveitaram para consumir, aliás, tem sido precisamente o consumo privado que tem estado a puxar pela economia.
De acordo com o Banco de Portugal, 80% das dívidas dizem respeito a créditos à habitação, a pagar em décadas e com prazos cada vez mais alargados; 9% são relativos a crédito ao consumo e 11% a outros fins. Os portugueses não poupam e estão a gastar mais do que ganham.
Preocupante é que nem a reintrodução de benefícios fiscais à poupança, como os PPR, será suficiente para inverter este estado das coisas. O que quer dizer que os próximos tempos terão de ser de aperto de cinto, porque as taxas de juro podem começar a subir brevemente.
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