Já dei por mim a pensar sobre a minha importância neste planeta.
O que faço eu aqui? O que me agrada? O que me completa? O que me passa ao lado? O que me falta? Entre outras questões que ficam suspensas no ar...
O certo é que sinto que não somos nada...andamos aqui a figurar, inventamos coisas, continuamos projectos iniciados por falecidos e homenageados, recebemos prémios, gastamos dinheiro em futilidades, vamos de férias para locais diferentes que ao fim de um tempo nos cansam e se transformam em monotonia, convivemos socialmente porque faz bem (e fica bem)...mas no fundo, sabemos que há-de chegar um dia em que, tal como o fogo se apaga, também nós iremos desaparecer.
Sempre gostei de estar sozinha, aliás, isto de ser independente faz-me conhecer um outro lado da solidão que me agrada bastante. Ser livre de pensar, organizar o espaço de acordo com os meus interesses e gostos, estabelecer os meus horários, rotinas, saídas e compromissos. Gosto de ler deitada no sofá, sentar no chão a teclar, acender velas e incensos, dormir com a janela aberta, cozinhar com música de fundo...mas o que é EU interesso?
Não tenciono inventar nada, descobrir curas de doenças, ganhar o euromilhões, interpretar promessas políticas ou promover a cultura nacional no Japão...
Apenas pretendo receber o sol todas as manhãs para continuar a não ser nada e a ser tudo o que há de discreto neste mundo. Nada!
Uma perfeita anónima, que sossegada no seu canto, é feliz à sua maneira com a passividade dos dias, onde nada acontece.
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Como eu te percebo...Neste momento está onde eu quero estar: num canto só teu. Que vale por isso mesmo, fazes tudo à tua maneira, com as tuas rotinas. É o meu próximo passo! ;)