O amor está doente...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006 à(s) 00:28
Estes dias tenho passado pelo Hospital das Palavras e apercebi-me que anda por lá um termo com uma patologia grave e com cura possível. No entanto, difícil de concretizar.
Ele pediu-me para proteger a sua identidade, mas creio que todos nós poderíamos ajudá-lo e por esse motivo, digo quem é ele: é o amor!
Famoso, não é?
Quem é que não o conhece???
Quase todos nós! Infelizmente é verdade isto que afirmo e reitero as vezes que forem necessárias. Não o conhecemos e falamos dele com uma vulgaridade e desrespeito fenomenais.
É suposto não se conotarem ideias relativamente àquilo que desconhecemos, não é?
Estranho...
Há muito boa gente por aí que até diz sentir o amor...(o que muitas vezes me surpreende). Enfim...
O Amor disse-me que se sentia usado e abusado; triste e amargurado; esquecido e baralhado. Tal como os mais velhos, ele afirmou que tem saudades da sua efémera juventude, da sinceridade que o acompanhou nos seus primeiros passos.
Descreveu-me a sua personalidade complicada e inusual. Intitulou-se como estranho mas simpático, tímido e doido; misterioso e rebelde; fugaz e eterno; resistente e verdadeiro; dócil e dormente; cortante e desesperante. Tem um aspecto belo e encandescente, um estilo mágico e sóbrio, acompanhado por atitudes inocentes e ingénuas; puritanas e infantis; educadas e sôfregas. Diz-se amigo, compreensivo e solidário; adora o diálogo, é paciente e conservador!
Ele disse que estes eram alguns aspectos característicos que actualmente não consegue detectar em si mesmo. A fama foi tanta que ele por vezes pensa que morreu. Está triste por ter perdido o seu encanto, a sua magia e pureza...há quem o trate por nomes diferentes, o que o magoa profundamente.
Contou-me até que já o confundiram com a "curte", o "passageiro" e até com o "momento". Dizem-no colorido (ele concorda) mas "descomprometido". Ora, isto ofendeu-o, visto que ele se pensa como intenso, profundo e volátil.
Agora, resta-lhe a terapaia. E para seu consolo, algumas visitas que vai tendo...
Sim, o amor continua doente e esquecido num desses hospitais públicos e comuns a todos os cidadãos.
Todavia, o seu estado é crítico; apesar de serem recomendáveis as visitas...visitas estas que devem ser continuadamente efectuadas por pessoas solidárias, meigas com sentido de instrospecção realmente sincero. Mas o mais importante é que sejam eternas, resistentes e fortes para ultrapassarem todas as barreiras que a cura da doença do Amor implica.
Serás capaz de o ajudar?!

3 comentários

  1. Anónimo Says:

    Estou doente...!

  2. Anónimo Says:

    Adorei este teu texto, concebido de uma forma excelente..uma escrita bastante peculiar nos mostra os males de amar...Um beijo enorme :)

  3. Morfeu Says:

    Será que o Amor existe? Ou será apenas a junção dos sentimentos: Cumplicidade, Amizade, Caridade...e por vezes “Desejo”

I'mNesic | Powered by Blogger | Entries (RSS) | Comments (RSS) | Designed by MB Web Design | XML Coded By Cahayabiru.com