Esta noite dancei contigo à chuva!

sexta-feira, outubro 21, 2005 à(s) 23:04
Por incrível que pareça, foi verdade! E tu, tão sóbrio que és, alinhaste nos meus disparates e deixaste-te levar pelos meus impulsos ingénuos e pueris.
Eu sei que não sou normal (apesar de muitas vezes me considerar comum), mas tu também não permites que eu o seja. Estava feliz por me teres levado a passear, mostraste-me as ruas e praças históricas que mencionaste vezes sem conta, desde que falámos de ti.
Ao entrar no teu prédio, puxei-te pela mão até ao elevador e subimos. Roubei-te as chaves e abri a porta do teu apartamento. Só deu tempo de atirar para lá os nossos pertences e bater a porta, deixando tudo para trás como se só houvesse um futuro incógnito. Efectivamente, tive razão em agir assim...o futuro é incógnito. Era, para ti!
Não resisti a descer as escadas sem te largar e ignorar as tuas perguntas.
- Como é que tinhas a minha chave?
Nem te respondi...tinha chegado ao destino, contigo!
Roubei-te o olhar por instantes e concentrei-te em mim. Apenas te pedi para me seguires.
- Não sei por quê mas vou ter de confiar em ti - disseste descrente.
Deixei-te a olhar para mim e à medida que me afastava dos teus olhos sentia a felicidade pingar em mim. O frio da chuva aquecia-me o coração e os teus olhos incrédulos incitavam-me a continuar. Não querias acreditar que me conhecias mas eu estava a provar-te que era realmente aquilo que sempre fui: imprevisível.
A praça estava deserta e sombria...eram 03h37 da madrugada e tínhamos todo o tempo do mundo pela frente e o som da chuva como companhia. Decidi tornar-me feliz ao som da chuva caminhando até ao fundo da rua, tendo a praça como cenário. Lá tudo era diferente: as luzes das ruas, dos bares, carros e estabelecimentos, eram associadas às estrelas da noite que cintilavam com a precipitação cada vez mais densa.
Tu não resististe e provaste a mesma tentação que eu. Seguiste-me, ainda que duvidoso da tua atitude! No meio da praça estava eu a chapinhar nas poças de água. Molhada, sorridente, feliz. Encharcada como o imenso mar que nos circundava.
- Estás louca, vais apanhar um resfriado. Sai daí sua doida...és mesmo...
- Agarra-me se puderes ó betinho! Não sabes apreciar as coisas belas da vida? És um fraco.
Nunca deixei de te contemplar enquanto me tornava parte integrante da chuva. Os teus olhos cintilavam de entusiasmo e o teu coração transbordava curiosidade. Senti isso quando me abraçaste e tentaste proteger com o teu casaco.
Continuei a dar-te luta, bem que tentavas abrigar-te debaixo de uma varanda qualquer mas fugi-te. E dançava à medida que corria pela praça, feliz. Mas tu, desmancha prazeres, agarraste a minha mão e puxaste-me instintivamente para ti. Senti o teu peito molhado contra o meu, os meus olhos cruzaram-se com os teus e questionaram-lhes silenciosamente: Porquê? Porque não me deixas ser feliz?
Deixei de ouvir a chuva...só escutava o bater dos nossos corações e a tua respiração cadenciada.
Foi o nosso primeiro beijo - imprevisto, surpreendente, intenso, estranho, molhado...
Finalmente te deixaste levar pela loucura de te sentires vivo. Ali ficaste comigo, à chuva, provando o seu sabor nos meus lábios... Eu dei-te a conhecer a felicidade através das coisas simples da vida. Não querias sair dali...

Esta noite sonhei que dancei contigo à chuva!

3 comentários

  1. Anónimo Says:
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
  2. Anónimo Says:

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